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Artigo Original

Sobrevida de longo prazo em carcinoma brônquico após tratamento cirúrgico: sexo é fator prognóstico?

Long-term survival in lung cancer after surgical treatment: is gender a prognostic factor?

Carolina Mariante de Abreu, José Miguel Chatkin, Carlos Cezar Fritscher, Mário Bernardes Wagner, José A. L. Figueiredo Pinto

ABSTRACT

BACKGROUND: In agreement with other reported studies, wehad previously found a possible association between gender and prognosis in stage I non-small cell lung cancer (NSCLC), showing a higher survival rate among females. OBJECTIVES: The purpose of this study was to further clarify the role of gender as a possible prognostic factor in NSCLC. METHOD: In a retrospective cohort study, we examined the survival of 163 NSCLC patients who underwent curative surgical treatment at the Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Hospital between 1990 and 1997. Data was analyzed using Kaplan-Meier plots. Additionally, we used the Mann-Whitney test for comparing group survival rates and the Cox regression model to adjust for potential confounding factors. RESULTS: Were included 124 (76.07%) males and 39 (23.93%) females, whose median survival was of 32.3 and 60.6 months, respectively. The 5-year survival was 38.0% for men and 55.4% for women (P=0.030). Considering only stage I patients, survival rates were 44.4% and 81.8% for men and women, respectively (P=0.009). Effect of gender continued after adjustment for several factors (age, hemoglobin, histology, tumor size, type of surgery and postoperative complications). CONCLUSION: This study confirms our previous findings that women live longer after NSCLC surgery when compared to men. This result is only observed at an early stage and persists after adjustment of several factorsP

Keywords: Carcinoma, bronchogenic [surgery]; Carcinoma, bronchogenic [epidemiolgy]; Prognosis; Sex distribution; Disease - free survival.

RESUMO

INTRODUÇÃO: À semelhança de resultados relatados por outros autores, anteriormente havíamos encontrado possível associação entre sexo e prognóstico em carcinoma brônquico não-pequenas células (CBNPC) em estágio I, com melhores taxas de sobrevida em mulheres. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho foi o de ampliar o estudo dos possíveis fatores prognósticos em CBNPC. MÉTODO: Em estudo de coorte retrospectivo, foi avaliada a sobrevida de 163 pacientes com CBNPC tratados cirurgicamente, com intenção curativa, no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), entre 1990 e 1997, até o óbito ou o seguimento por cinco anos. Os dados foram analisados através de curvas de Kaplan-Meier e pelo teste de Mann-Whitney para comparar os tempos de sobrevida e pelo modelo de regressão de Cox para avaliar possíveis fatores de confusão. RESULTADOS: Foram incluídos 124 (76,07%) homens e 39 (23,93%) mulheres. A sobrevida mediana foi 32,3 e 60,6 meses e a sobrevida em cinco anos de 38,0% e 55,4%, para homens e mulheres, respectivamente (p=0,030). Considerando apenas pacientes em Estágio I, as taxas de sobrevida foram 44,4% e 81,8% para homens e mulheres, respectivamente (p=0,009). O efeito do sexo persistiu após ajuste para vários fatores (idade, hemoglobina, histologia, tamanho do tumor, extensão da cirurgia e complicações pós-operatórias), realizado através da regressão de Cox. O risco relativo em mulheres foi 0,09 (IC90%:0,03-0,25, p<0,001) quando comparado com o de homens. CONCLUSÃO: Este estudo confirmou achados prévios de que as mulheres vivem por mais tempo após cirurgia para tratamento de CBNPC, quando comparadas aos homens. Esse efeito é observado apenas em estágio precoce e persiste após ajuste de vários fatores.

Palavras-chave: Carcinoma broncogênico [cirurgia]; Carcinoma broncogênico [epidemiologia]; Prognóstico; Distribuição pro sexo; Sobrevida livre de doença.


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