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Sequelae of foreign body aspiration in the respiratory tract of children

Aspiração de corpo estranho na árvore traqueobrônquica em crianças: avaliação de seqüelas através de exame cintilográfico

João Antônio Bonfadini Lima, Gilberto Bueno Fischer, José Carlos Felicetti, José Antônio Flores, Christina N. Penna, Eduardo Ludwig

ABSTRACT

Objective: The aim of this study was to detect late sequelae of foreign body aspiration in the respiratory tract of children. Methods: This study included children admitted from 1987 to 1999 to Hospital da Criança Santo Antônio, of Porto Alegre, with clinical symptoms of foreign body aspiration to the respiratory tract confirmed by chest X-ray and bronchoscopy. Thirty days after the extraction of the foreign body a perfusion lung scan with technetium was performed. Results: 77% of the foreign bodies were organic materials. In 65% of children the aspiration event occurred at least 7 days before referral. The main location of foreign body was in the right lower lobe bronchus. Perfusion lung scans were performed in 24 patients. In 67% of them reduction in lung perfusion was detected. A chance of sequelae was 3.8 times greater in those patients who had the foreign body removed after 7 days from the aspiration event. Conclusion: This study showed that children that have had foreign body aspiration may have perfusion sequelae in their lungs even after removal of the foreign body. These sequelae were more frequent if the removal was delayed in 7 days of aspiration. Pediatricians must keep this in mind at the follow-up of children that have had foreign body aspiration.

Keywords: foreign bodies; aspiration; bronchi; prognosis

RESUMO

Introdução: Embora a aspiração de corpo estranho (ACE) seja um acidente freqüente na faixa pediátrica, com importante morbidade e mortalidade, poucos dados estão disponíveis em nosso meio em relação às seqüelas. O quadro clínico pode ser inespecífico, com ausência de sinais ao exame físico, o que torna necessário um alto grau de suspeição para evitar retardo no diagnóstico e, conseqüentemente, seqüelas brônquicas. Foram descritas alterações na perfusão pulmonar após a retirada de corpos estranhos endobrônquicos de permanência prolongada na via aérea, mesmo com radiograma normal. Objetivo: Descrever as características clínico-radiológicas de crianças com diagnóstico de ACE e analisá-las como prognósticas para seqüelas brônquicas. Instituição: Serviço de Pneumologia Pediátrica de Hospital da Criança Santo Antônio - Porto Alegre. Método: Selecionaram-se crianças com quadro clínico sugestivo e comprovado à broncoscopia de ACE avaliadas no serviço no período de 12 anos. Foram coletados dados referentes a gênero, tipo de corpo estranho, tempo de aspiração, localização na via respiratória e características radiológicas. Os pacientes foram encaminhados a exame cintilográfico de tórax 30 dias após a retirada do corpo estranho. Resultados: Dentre as crianças internadas por ACE no período de março de 1985 a setembro de 1997 obtiveram-se dados mais precisos em 44 delas. A maioria dos corpos estranhos era de origem orgânica (77%). Em 61% das crianças o tempo de aspiração foi maior que sete dias. O local mais comum de impactação foi o brônquio do LID. A cintilografia perfusional, realizada em 24 pacientes, apresentou redução de perfusão em 65% dos exames. A aspiração por mais de sete dias representou risco 3,8 vezes maior de seqüela brônquica quando avaliada por cintilografia. Conclusão: O retardo na retirada do corpo estranho aspirado determina alto risco de seqüelas brônquicas e perfusionais; portanto, deveria ser indicado precocemente o exame broncoscópico em toda história sugestiva, mesmo na ausência de sinais clínicos ou radiológicos.

Palavras-chave: aspiração; corpos estranhos; brônquios; prognóstico


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