Paciente de 37 anos de idade, sexo masculino, foi internado para acompanhamento oncológico. Havia sido submetido a orquiectomia via bolsa escrotal dois anos antes para ressecção de uma massa tumoral; o diagnóstico histopatológico foi uma combinação de tumor de células germinativas, componentes de teratoma e áreas de degeneração maligna. Na época, apresentava invasão vascular venosa com metástases nos linfonodos abdominais e nos pulmões (Figuras 1A e 1B). As metástases pulmonares não eram calcificadas. Foi submetido a tratamento paliativo com quimioterapia, que resultou em estabilização do tumor. Uma TC recente mostrou massas e nódulos em ambos os pulmões, predominantemente na base direita, contendo focos de calcificação (Figuras 1C e 1D). A biópsia do nódulo pulmonar foi compatível com teratoma metastático pós-puberal com transformação adenocarcinomatosa. Na apresentação, o paciente encontrava-se estável e em uso de um novo esquema quimioterápico.
A transformação maligna de teratomas é rara, ocorrendo em apenas 3-6% dos tumores de células germinativas testiculares. Os tipos mais comuns de transformação maligna incluem sarcoma, carcinoma e tumor neuroectodérmico primitivo. Os teratomas com transformação maligna são geralmente metastáticos na apresentação, têm alta taxa de recorrência e são mais agressivos do que os teratomas sem transformação maligna. Os locais mais comuns de metástase são os linfonodos, o fígado e os pulmões. O tratamento dos teratomas com transformação maligna continua sendo um desafio. O tratamento padrão é a orquiectomia radical, com ou sem quimioterapia e/ou radioterapia.(1,2)
REFERÊNCIAS1. Ibrahim DY, Sun H. Somatic Malignant Transformation of a Testicular Teratoma: A Case Report and an Unusual Presentation. Case Rep Pathol. 2019;2019:5273607. https://doi.org/10.1155/2019/5273607
2. Cabral FC, Krajewski KM, Rosenthal MH, Hirsch MS, Howard SA. Teratoma with malignant transformation: report of three cases and review of the literature. Clin Imaging. 2014;38(5):589-593. https://doi.org/10.1016/j.clinimag.2014.04.011