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Artigo Original

Má percepção da limitação aos fluxos aéreos em pacientes com asma moderada a grave

Poor perception of airflow limitation in patients with moderate to severe asthma

Adelmir Souza-Machado, Manuela N. Cavalcanti, Álvaro A. Cruz

ABSTRACT

Background: This study evaluated the perception of airway obstruction in moderate to severely asthmatic outpatients and the efficiency of chest auscultation in identifying airflow limitation. Methods: 33 subjects were evaluated at seven weekly visits by using symptoms scores determined by visual analogue scales (VAS, 0-100 mm), a clinical index of bronchial hyperreactivity (1-10), the clinical classification of asthma severity (GINA, 1-4) and a thoracic auscultation score (TAS, 0-5), spirometry and peak expiratory flow (PEF), which were correlated by the coefficient of Spearman. Patients were classified as perceivers (-1 £ r < 0) or nonperceivers (0 £ r £ 1) by correlations between VAS for dyspnoea and FEV1. A correlation between auscultation and bronchial obstruction was considered accurate when a r £ -0.5 (TAS vs. FEV1) was found. Results: Seventeen asthmatic patients (51.5%) did not accurately perceive the degree of their airways obstruction (nonperceivers). No clinical characteristics distinguished the groups. Only 39.4% of the individual correlations between TAS and FEV1 indicated accurate discrimination by auscultation. Severe asthma was not associated with inaccurate auscultation nor with malperception in this study. Conclusions: A significant proportion of this sample of asthmatic patients did not accurately perceive their own airway obstruction. Moreover, chest examination was shown to be an unsuitable discriminator of airflow limitation in moderate to severe stable asthmatics in an outpatient clinic.

Keywords: Asthma. Airway obstruction. Auscultation. Lung obstructive diseases.

RESUMO

Introdução: Este estudo avaliou a percepção da obstrução das vias aéreas em pacientes ambulatoriais com asma moderada a grave e a capacidade da ausculta torácica em identificar a limitação aos fluxos aéreos. Métodos: Trinta e três pacientes foram avaliados em sete visitas semanais usando escores de sintomas por meio de escala visual analógica de sintomas (EVAS, 0-100mm), índice clínico de hiper-reatividade brônquica (1-10), a classificação clínica de gravidade da asma (GINA, 1-4) e um escore de ausculta torácica (EAT, 0-5), espirometria e pico de fluxo expiratório (PFE), que foram correlacionados por meio do coeficiente de Spearman. Os pacientes foram classificados como percebedores (-1 £ r < 0) e não percebedores (0 £ r £ 1) através das correlações entre a EVAS para dispnéia e o VEF1. A correlação entre a ausculta e a obstrução brônquica foi considerada acurada quando um r £ -0,5 (EAT vs. VEF1) era observado. Resultados: Dezessete asmáticos (51,5%) não perceberam acuradamente o grau de obstrução das vias aéreas (não-percebedores). Nenhuma característica clínica pôde distinguir os grupos. Apenas 39,4% das correlações individuais entre EAT e VEF1 indicaram discriminação acurada pela ausculta. Asma grave não foi associada com ausculta não-acurada ou com má percepção neste estudo. Conclusão: Uma proporção significativa desta amostra de asmáticos não percebeu acuradamente a obstrução das vias aéreas. Além disso, o exame torácico mostrou ser um marcador inadequado da limitação aos fluxos aéreos em asmáticos moderados a graves, estáveis e ambulatoriais.

Palavras-chave: Asma. Obstrução das vias respiratórias. Auscultação. Pneumopatias obstrutivas.


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