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ISSN (on-line): 1806-3756

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Artigo Original

Ventilação não-invasiva com pressão positiva em pacientes com insuficiência respiratória aguda

Non-invasive positive pressure ventilation in patients with acute respiratory failure

Bruno do Valle Pinheiro, Alessandra Ferreira Pinheiro, Diane Michela Nery Henrique, Júlio César Abreu de Oliveira, Jorge Baldi

ABSTRACT

Recent studies suggest that non-invasive positive pressure ventilation (NPPV) improves clinical signs and gas exchange, apart from avoiding the need for endotracheal intubation in selected patients with acute respiratory failure. In this prospective, open trial in the Intensive Care Unit (Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora), the authors evaluated the efficacy and security of using NPPV in patients with acute respiratory failure. Twenty-five patients with clinical or gasometric diagnosis of acute respiratory failure (respiratory rate > 25 breaths/min, accessory muscle use, PaO2 < 60 mmHg, PaCO2 > 50 mmHg after supplemental oxygen) received NPPV. Fifteen patients (60%) were successfully ventilated with NPPV, avoiding the tracheal intubation. After two hours with NPPV, the respiratory rate was reduced (from 36 ± 2 breaths/min to 26 ± 1 breaths/min, p < 0.01) and the PaO2 increased (from 76 ± 6 mmHg to 100 ± 12 mmHg, p < 0.05). Among the patients with hypercapnia, after two hours, the PaCO2 decreased (from 60 ± 2 mmHg to 49 ± 3 mmHg, p < 0.05). Four patients (16%) presented complications with facial skin necrosis, but only one had the NPPV stopped. Among the patients who did not respond to the method, three did not adapt to the NPPV and seven had it interrupted because of clinical deterioration. The authors conclude that NPPV is a safe option that can be used to treat selected patients with acute respiratory failure.

RESUMO

Estudos recentes sugerem que a ventilação não-invasiva com pressão positiva (VNIPP) na insuficiência respiratória aguda é capaz de produzir melhora clínica e gasométrica, além de diminuir a necessidade de intubação traqueal. Neste estudo prospectivo, aberto, realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, os autores objetivaram avaliar a eficácia e segurança da utilização da VNIPP em pacientes com insuficiência respiratória aguda. Vinte e cinco pacientes com diagnóstico clínico ou gasométrico de insuficiência respiratória (após suplementação de oxigênio, persistência de freqüência respiratória maior que 24rpm, ou utilização de musculatura acessória da respiração, ou PaO2 < 60mmHg, ou PaCO2 > 50mmHg) foram tratados com VNIPP. Quinze pacientes (60%) obtiveram sucesso no tratamento, sem necessidade de intubação traqueal. Após duas horas de VNIPP houve redução da freqüência respiratória (de 36 ± 2rpm para 26 ± 1rpm, p < 0,01) e melhora da PaO2 (de 76 ± 6mmHg para 100 ± 12mmHg, p < 0,05). Entre os pacientes que estavam com hipercapnia, após 2 horas houve redução da PaCO2 (de 60 ± 2mmHg para 49 ± 3mmHg, p < 0,05). Quatro pacientes (16%) apresentaram complicações (lesão da pele em contato com a máscara), porém em apenas um houve necessidade de suspensão da ventilação. Entre os dez pacientes que não obtiveram sucesso, três não se adaptaram ao método, impossibilitando sua aplicação, enquanto em sete o suporte ventilatório teve que ser interrompido. Os autores concluem que a VNIPP é uma opção segura e que pode ser utilizada no tratamento da insuficiência respiratória aguda em pacientes selecionados, com o objetivo de tentar evitar a intubação traqueal.


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