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ISSN (on-line): 1806-3756

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Artigo Original

Achados histológicos e sobrevida na fibrose pulmonar idiopática

Histological features and survival in idiopathic pulmonary fibrosis

Ester Nei Aparecida Martins Coletta, Carlos Alberto de Castro Pereira, Rimarcs Gomes Ferreira, Adalberto Sperb Rubin, Lucimara Sonja Villela, Tatiana Malheiros, João Norberto Stávale

ABSTRACT

Background: Idiopathic pulmonary fibrosis was recently redefined as usual interstitial pneumonia of unknown etiology. Consequently, the prognostic value of histological findings needs to be reassessed. Objective: To correlate clinical, functional and histological findings with survival in patients with idiopathic pulmonary fibrosis. Method: Patients (n = 51; mean age: 66 ± 8 years; gender: 21 females/30 males) were evaluated. Of the 51, 26 were smokers or ex-smokers. Duration of symptoms, forced vital capacity and smoking habits were recorded. All patients presented usual interstitial pneumonia verified through histology. Degree of honeycombing, established fibrosis, desquamation, cellularity, myointimal thickening of blood vessels and number of fibroblastic foci were graded according to the semiquantitative method. Results: Median duration of symptoms was 12 months and initial forced vital capacity was 72 ± 21%. Cox multivariate analysis revealed that survival correlated inversely and significantly (p < 0.05) with duration of symptoms and fibroblastic foci score, as well as with myointimal thickening of blood vessels. Limited numbers of fibroblastic foci, as well as myointimal thickening involving less than 50% of blood vessels, were predictive of greater survival. No correlation with survival was found for gender, age, forced vital capacity, inflammation or degree of cellularity. Conclusion: Semiquantitative analysis of lung biopsies yields relevant prognostic information regarding patients with usual interstitial pneumonia.

Keywords: Pulmonary fibrosis. Lung diseases, interstitial. Survival analysis.

RESUMO

Introdução: A fibrose pulmonar idiopática foi recentemente redefinida como pneumonia intersticial usual de etiologia desconhecida. O valor prognóstico dos achados histológicos deve ser reavaliado. Objetivo: Neste estudo foram correlacionados os achados histológicos e alguns dados clínicos e funcionais (duração dos sintomas, capacidade vital forçada, idade, sexo, hábito de fumar) com a sobrevida. Método: Foram estudados 51 pacientes portadores de fibrose pulmonar idiopática. A média de idade foi de 66 ± 8 anos. Vinte e um pacientes eram do sexo feminino; 26 eram fumantes ou ex-fumantes. Todos apresentavam quadro de pneumonia intersticial usual na histologia. Grau de faveolamento, fibrose estabelecida, descamação, celularidade, espessamento vascular miointimal e focos fibroblásticos foram graduados por método semiquantitativo. Resultados: A mediana do tempo de sintomas foi de 12 meses e a capacidade vital forçada inicial foi de 72 ± 21%. Por análise de risco proporcional de Cox, a sobrevida correlacionou-se, de maneira significativa (p < 0,05) e inversa, com o tempo de história, com a extensão dos focos fibroblásticos e com o espessamento miointimal da parede dos vasos. Focos fibroblásticos esparsos e espessamento miointimal envolvendo menos de 50% dos vasos foram preditivos de maior sobrevida. Sexo, idade, capacidade vital forçada, grau de inflamação e celularidade não se correlacionaram com a sobrevida. Conclusão: A análise semiquantitativa da biópsia pulmonar em portadores de fibrose pulmonar idiopática fornece informações prognósticas relevantes.

Palavras-chave: Fibrose pulmonar. Doenças pulmonares intersticiais. Análise de sobrevivência.


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